Boa oportunidade para startups
Investidores aproveitam momento de crise e investem em novos negócios
Você teve uma ideia inovadora de negócio, tirou da cabeça, e já colocou em prática? Tem uma startup que já apresenta algum resultado, precisa crescer e não de onde virá o capital? Saiba que o Brasil tem, hoje, mais de um bilhão em recursos disponíveis nos fundos de capital semente e venture capital para financiar startups. Essa informação foi divulgada pelo fundador e vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), Clovis Meurer que completou afirmando gestores estão em busca de negócios interessantes para investirem de R$ 100 mil a R$ 4 milhões, sob a forma de participação societária.
O alvo dos futuros investimentos são os setores: de educação, tecnologia da informação, agronegócios, energia e áreas ligadas à economia criativa como animação e jogos. Então, se a sua ideia permeia um desses campos, as chances aumentam. E de onde vem esse dinheiro? Bem, esses fundos reunem capitais nacionais e estrangeiros, participações de orgãos de fomento como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin) do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Corporação Financeira Internacional (IFC) do Banco Mundial e Corporação Andina de Fomento (CAF).
Mesmo com a crise, oportunidades continuam surgindo provenientes da “ indústria de ‘seed money’ e venture capital. A desvalorização do real funciona como um estímulo adicional, uma vez que para quem vai investir em dólar, o Brasil está “barato”. Além disso, para o BNDES essa área continua sem contingencias; tem R$ 2,5 bilhões comprometidos em 34 fundos ativos, sendo 40% de seed money e venture capital. Para se ter ideia, em 2014, o BNDES fez chamadas públicas e selecionou oito fundos que receberam a primeira fatia de R$ 1 bilhão. E agora é o momento de apostar as fichas, um novo edital está na praça e as propostas podem ser colocadas até o dia 17 de novembro. Serão selecionados fundos e gestores para a próxima parcela de 1 bilhão e 40% desses devem ir aos fundos de seed money e venture capital – que investem em empresas que apresentam faturamento (que já validaram os produtos e serviços no mercado e pretendem expandir as atividades). As empresas devem estar funcionando para serem possíveis escolhidas.
Para as startups em estágios anteriores, o caminho é outro: procure financiamento como investidores-anjo ou aceleradoras que apoiam com recursos. Já, para empreendimentos que estejam na fase final de desenvolvimento do produto ou que tenham algumas vendas iniciais, mas precisam ganhar escala é hora de analisar essa novidade: este mês, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) se aliou a Anjos do Brasil para lançar um instrumento de financiamento inédito no país. O primeiro edital será aberto até o fim de novembro, sendo que o aporte é de R$ 20 milhões. A previsão é lançar mais um edital em 2016 e outros dois, em 2017, de R$ 20 milhões cada.
A diferença é que estes investimentos da Finep serão feitos por meio de contratos de opção de compras de ações, que podem chegar a R$ 1 milhão, baseados no plano de negócios de cada startup. Assim, a Finep se torna potencial acionista das empresas. O prazo para exercício das opções será de até três anos, com possibilidade de renovação por mais dois anos. Se a startup for bem, a Finep pode exercer a opção. Caso o empreendimento não avance, a Finep não se torna sócia. Além disso, o mecanismo estimula os empreendedores a buscarem aportes privados. As startups que se inscreverem no edital da Finep com cartas de compromisso de investidores-anjo ganharão pontuação adicional na seleção. A quantidade de pontos dependerá dos valores dos investimentos privados, que podem variar de R$ 50 mil a R$ 350 mil.
Para Sam Raymond, consultor da unidade de inovação e empreendedorismo do Banco Mundial com base nos Estados Unidos, é positivo o crescimento do equity crowdfunding, modalidade de financiamento coletivo de startups no Brasil, por ser uma forma interessante de captação de recursos para empresas nascentes testarem suas ideias. Segundo ele, O Brasil é líder nesse formato de investimento, entre os países emergentes. No entanto, o consultor fez uma ressalva sobre a necessidade de regulamentação da modalidade para o avanço sustentável.